Da escuta do outro à viagem: múltiplas aprendizagens através das Feiras das Cidades

Autores:

  • Sheila Katiane Staudt
  • Brenda Mensch

Ano: 2017

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Extensão - Cultura

Resumo:
O projeto de extensão “Olhares sobre as cidades: experiências de viagem”, do IFRS Campus Canoas, promove, anualmente, o evento Feira das Cidades. Em 2017, a Feira teve três dias de duração, ao longo dos quais o campus recebeu a visita do mundo, já que nem todos os alunos têm a chance de conhecê-lo. O projeto tem como objetivo incentivar o conhecimento por novas experiências culturais através de relatos de viagens, oficinas, minicursos, entre outros. Durantes as suas sete edições, o evento tem alcançado com sucesso seus objetivos, entre eles o de estabelecer novas relações dos sujeitos com o complexo universo cultural e global a sua volta. Os ouvintes são inseridos em um universo onde a diversidade é lei e os cinco sentidos aguçados. Por meio da escuta do outro, diversas viagens são feitas: o ouvinte é convidado a embarcar com o viajante que relata sua travessia, percorrendo com o palestrante-viajante os trajetos por que passou. Ao longo da Feira das Cidades, os ouvintes vão aprendendo que viajar é muito mais que um verbo, é um estado de espírito. As viagens são realizadas por meio da oralidade advinda dos mais diversos narradores aos moldes benjaminianos. A figura do ‘marinheiro comerciante’ surge nas sessões de relatos de viagem e a relação entre o ouvinte e o narrador vai além do interesse em conservar aquilo que foi narrado. A perpetuação da experiência por meio da narração dos palestrantes-viajantes contribui para o alargamento dos horizontes dos estudantes, servidores e comunidade externa, bem como reforça o registro memorialístico daqueles contadores de histórias. O contato com a alteridade estimula o desenvolvimento de novos meios de aprendizagem, já que a aproximação com diferentes culturas e hábitos é de suma importância para a quebra de preconceitos e estereótipos. Refletir sobre esse espaço plural chamado cidade é repensar o nosso papel enquanto seres humanos. De acordo com Benjamin, a “dimensão utilitária” dessas narrativas orais é percebida no instante em que acontece de fato a troca de inúmeros ensinamentos nesse momento único de integração comunidade-escola.

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