" Análise do Conto de Machado de Assis: A Cartomante"

Autores:

  • Nicolas de Borba Mauer
  • Alexandre Ricardo Lobo de Sousa

Ano: 2017

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Ensino - Ciências Humanas

Resumo:
O presente trabalho é parte do projeto "CLUBE DE LEITURA: Sociologia, História e Filosofia a partir da Literatura". Focou-se aqui no conto de Machado de Assis “A Cartomante”, publicado inicialmente em 1884, como ponto de análise de uma época marcada pela tradição escravocrata. Pressupõe-se que todas as leituras de um texto literários são válidas no sentido da simples fruição, mas para uma leitura enriquecida é necessário uma contextualização do autor em seu universo social, político e mesmo filosófico. Desta forma, ler “A Cartomante” de forma aprofundada exigiu pesquisa histórica que situam as personagens e explicam seus respectivos comportamentos. Trata-se de um caso de adultério em que a cartomante afirma ao amante, Camilo, que o esposo traído, Vilela, nada sabe de seu caso com Rita, a esposa infiel. Depois de consultar-se, aliviado, Camilo vai à casa de Vilela atendendo a um pedido deste. Chegando lá, encontra Rita morta e é, por fim morto por Vilela. Este conto, além de refletir um certo ceticismo de Machado de Assim relativo a crenças populares, pois a cartomante erra ao afirmar que o marido traído nada sabia da traição, também reflete sua visão a respeito da classe dominante, ao caracterizar tanto Vilela como Camilo como seres intelectualmente medíocres que conseguem cargos públicos a partir de suas relações interpessoais. Percebe-se também os traços da sociedade patriarcal em que a solução para um caso de traição resultou, não na separação, mas na “lavagem da honra” por meio da eliminação física do traidor.

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