Detecção de drogas ansiolíticas em bebidas alcoólicas adulteradas

Autores:

  • Claudius Soares
  • Flávia Santos Twardowski Pinto
  • Isabela Dadda dos Reis

Ano: 2017

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Exatas e da Terra

Resumo:
Quando uma pessoa é vítima de um ato criminoso sob o efeito de álcool ou drogas, é chamado de crime facilitado por drogas. No Brasil, este ato é conhecido como o golpe do “Boa Noite, Cinderela”. As drogas mais comumente utilizadas em tal prática são as benzodiazepinas, ácido γ-hidroxibutírico e cetamina. Tais drogas podem incapacitar a vítima, prejudicando seu estado de consciência, sua capacidade de defender-se e de reter memórias enquanto intoxicada. Esses efeitos começam a aparecer após 15 minutos do consumo, dando a vítima pouco tempo para pedir ajuda. Hoje em dia, drogas facilitadoras de crimes (DFCs) também são associadas a crimes contra a dignidade sexual a partir de inúmeros relatos de vítimas, principalmente mulheres. Poucos dados quanto a ocorrência de crimes facilitados por drogas estão disponíveis, vista a complexidade de denúncia e comprovação dos casos que surge devido a diversos fatores, principalmente a incerteza da vítima sobre o ocorrido, proveniente da amnésia retrógrada. Estima-se que apenas 4,6% dos casos de crimes facilitados por drogas sejam denunciados. Assim, este trabalho teve como objetivo buscar um reagente colorimétrico não tóxico para detectar drogas benzodiazepínicas adicionadas em bebidas alcoólicas sem o conhecimento do consumidor, que possa ser utilizado em situações em que comumente ocorrem crimes facilitados por drogas. Para isso, três benzodiazepinas (alprazolam, clonazepam e diazepam) foram testadas. Os fármacos elencados foram diluídos em diferentes concentrações de vodca, com teor alcoólico de 38%. Foram utilizados dois controles, vodca e água destilada, respectivamente. Como resultados, o reagente n-dietil-p-fenilenodiamina foi selecionado como o mais adequado para identificar a presença dos fármacos nos experimentos. Os testes iniciais revelaram zero ppm de cloro em ambos os solutos, água destilada e vodca. Foi possível detectar a presença das drogas de 0,5 até 3 ppm de cloro após adição de diferentes concentrações de benzodiazepinas nas soluções aquosas e alcoólicas. Assim, este projeto mostra-se promissor na identificação de fármacos depressores do sistema nervoso central, para auxiliar a vítima a perceber que sua bebida foi alterada no momento pré ou logo após consumo, possibilitando que a mesma descarte a bebida ou encontre ajuda antes que a droga faça efeito.

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