AS INTERFACES DISCURSIVAS E O ACESSO À INFORMAÇÃO: ANÁLISE DE REPORTAGENS DE CAPA A PARTIR DE INDICADORES TEXTUAIS

Autores:

  • LEONARDO PEREIRA DOS SANTOS
  • Alexandre Ricardo Lobo de Sousa
  • KATHLEN LUANA DE OLIVEIRA

Ano: 2018

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Linguística, Letras e Artes

Resumo:
A forma como os fatos são representados é um campo passível de discussão. Os fatos são tornados linguagem, informações, transmitidos em imagem, constituindo-se como discursos sobre os fenômenos. As mídias se estabelecem como empresas de transmissão e produção de informação e recorrem a determinadas estratégias e posturas interpretativas quanto à maneira de reportar e representar os fatos. Nessa perspectiva, suspeita-se que tais estratégias denotam os posicionamentos das empresas de comunicação. Objetiva-se, portanto, investigar os posicionamentos das quatro revistas semanais de informação geral do Brasil a partir da construção e análise de indicadores textuais de divergências discursivas presentes em reportagens de capa publicadas por CartaCapital, Época, IstoÉ e Veja no primeiro semestre de 2017. Os procedimentos metodológicos desta pesquisa estão divididos em duas fases: a primeira consiste na construção de indicadores (levantamento de dados) e a segunda, na análise desses indicadores (análise de dados). A fase I abrangeu desde a construção do corpus até a construção de indicadores textuais por meio da Linguística Computacional, perspassando análises linguísitcas a nível lexical e sintático. A fase II, em andamento, teve início na pesquisa bibliográfica, pautando-se na Análise de Conteúdo e na Análise do Discurso para a elaboração de um método analítico e pode ser chamada de Análise Semântica. Serão investigados o processo de transição da percepção acontecimento à notícia, as estratégias de seleção dos fatos, bem como construção da hierarquia dos acontecimentos e suas correspondências aos objetivos de credibilidade e de captação. Os indicadores já construídos permitem a visualização de diferentes recortes no discurso. É possível observar divergências relacionadas à variação lexical e à frequência de adjetivos e de advérbios em relação a outras classes, indicando que uma revista apresenta uma abordagem mais subjetiva que a outra. Desta forma, a pesquisa volta-se a análises (i) quantitativa, envolvendo aspectos gramaticais presentes no texto e (ii) contextual, que engloba os sentidos. Partindo disso, a pesquisa almeja compreender se os indicadores possibilitam a verificação de um monopólio discursivo, o que viola o direito à informação.

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