Gênero e Informática: uma análise sobre os estágios realizados por estudantes na área de informática

Autores:

  • Renata Luiza Müller
  • Leandro von Borstel Assmann
  • Jéssica Gabrieli Schmitz Hahn
  • Vanessa Petró

Ano: 2020

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
A desigualdade e a discriminação conforme o gênero vêm sendo debatidas há décadas e ainda persistem até hoje. A participação das mulheres na área de tecnologia da informação (TI) é pequena e enfrenta dificuldades de reconhecimento. Dados do INEP sobre o ensino superior, entre 2001 e 2017, indicam que o percentual de ingressantes do sexo feminino em cursos de Computação e suas tecnologias nunca ultrapassou 30% e, em 2017, ficou abaixo de 15%. O objetivo da pesquisa é compreender as implicações da variável gênero na inserção de meninas na área de tecnologia de informação e comunicação (TICs). O embasamento da pesquisa é feito a partir das discussões teóricas sobre justiça e gênero e pelos estudos sobre desigualdades de gênero, escolarização e mundo do trabalho. A pesquisa é de caráter quanti-qualitativo, sendo desenvolvida por meio de um estudo de caso sobre um curso técnico em informática integrado ao ensino médio. Foi feito o levantamento de dados secundários sobre a realização de estágios obrigatórios do referido curso, os quais foram usados como base para análise estatística. A análise dos dados quantitativos foi complementada por oito entrevistas em profundidade feitas com estudantes e egressas do curso, buscando investigar as trajetórias escolares e profissionais das mesmas. Verificou-se que um número maior de meninos realizou estágio em empresas ligadas ao desenvolvimento de software, manutenção e suporte, enquanto as meninas estão mais presentes em atividades de ensino, como a de instrutoras em cursos de informática e em tele atendimento. Os dados indicam que há percepção das estudantes sobre desigualdade e discriminação de gênero nesses espaços, o que é expresso, sobretudo pela falta de representatividade, pela reprodução de estereótipos sobre os profissionais da informática e pela descrença na capacidade das meninas realizarem atividades na área, especialmente de programação.

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