Cotas raciais: direito ou privilégio?

Autores:

  • Amália Cardona Leites
  • Rafaela Longhi Zandonai

Ano: 2020

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
A Lei de Cotas (12711/12) prevê a reserva de vagas, em universidades e concursos, para as pessoas autodeclaradas pretas, pardas e indígenas. Tem como justificativa o fato de que os ex-escravizados não receberam nenhum auxílio da parte do governo quando a escravidão foi abolida. Neste sentido, esta pesquisa tem como tema “Cotas raciais: direito ou privilégio?”, e seu objetivo é verificar a percepção dos docentes defensores e opositores da política de cotas no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Campus Bento Gonçalves. A pesquisa é qualitativa e sua metodologia baseia-se na leitura e análise de material sobre as cotas raciais como artigos e textos, além da Lei das Cotas, para poder realizar o embasamento teórico. Posteriormente, criou-se e aplicou-se o questionário destinado aos docentes do campus citado. Obtiveram-se, até o presente momento, 42 respostas, dentre elas 38 professores auto declaram-se brancos, enquanto que quatro autodeclaram-se pardos. 95,2% julgam as cotas como um direito destinado aos negros, e ainda, justificam afirmando que as cotas são uma compensação de uma dívida histórica e social, uma política pública que busca diminuir o distanciamento histórico e social entre negros e brancos. 4,8% pensam nas cotas como um privilégio destinado a apenas uma pequena parte da população. Quando perguntados se os alunos cotistas são inferiores perante os outros 90,5% dos docentes responderam que não e 9,5% responderam “em alguns casos”. Aqueles que responderam “não” afirmam que ninguém é inferior, apenas diferente. Já aqueles que responderam “em alguns casos” justificam-se com o argumento de que às vezes os alunos cotistas não têm a mesma base de aprendizado que os demais. A inferioridade neste caso se daria pela diferença entre o ensino prévio dos estudantes. Quando perguntados se a existência das cotas auxilia na disseminação do racismo no ambiente escolar 78,6% dos docentes responderam não, 16,7% responderam “em alguns casos” e 4,8% respondeu que sim. Por fim, observa-se que a maior parte dos professores do IFRS campus Bento Gonçalves classifica as cotas raciais como direito, devido às injustiças sofridas após a abolição da escravidão.

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