Marcas psicológicas que o regime militar brasileiro deixou em crianças que foram sequestradas ou adotadas por militares

Autores:

  • Tiago Martins da Silva Goulart
  • Maria Eduarda Altíssimo Medeiros

Ano: 2020

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
Com o golpe da ditadura civil-militar brasileira de 1964 a 1985, inúmeros cidadãos foram violentados por exporem seus pensamentos anti-ditatoriais. Eram chamados de militantes e viviam escondidos enquanto lutavam e exigiam pela volta de seus direitos civis. Os filhos desses eram muitas vezes prejudicados, tanto fisicamente quanto psicologicamente, sendo utilizados como um meio para retirar informações acerca de seus pais ou para serem adotados pelos militares a fim de serem implantadas ideias pró-ditadura (BORGES, 2008). Segundo o relatório da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo (2014) as crianças perseguidas eram agredidas e/ou trancadas nas dependências carcerárias, além do fato de que muitas nasciam entre as grades dos cubículos nos quais lhes eram destinadas. Aquelas que sobreviveram e optaram por conceder entrevistas, alegam que encontraram seus verdadeiros pais e identidades após décadas de procura e sofrem traumas até os dias atuais (REINA, 2019). Assim sendo, é necessário que tais histórias sejam ensinadas aos discentes, para jamais serem esquecidas. O objetivo desse projeto é compreender quais foram as consequências deixadas pelas adoções ilegais nos filhos de militantes e a metodologia aplicada consiste em analisar obras literárias, artigos acadêmicos e documentários que relacionem a história da ditadura civil-militar com as crianças atingidas. Os resultados parciais indicam que a motivação para alguns militares adotarem os filhos dos “subversivos”, eram que intencionavam implantar ideias pró- ditadura afim de almejarem maior número de adeptos à ideologia e consequentemente prosseguirem com o regime (PADRÓS, 2011). Aquelas que foram adotadas tiveram suas identidades perdidas, não sabendo seus verdadeiros nomes, muito menos suas origens. Somente alguns puderam encontrá-las nos documentos disponibilizados pelo governo ou programas que visam investigar graves violações de direitos humanos, como a Comissão Nacional da Verdade. Outras que buscaram suas famílias, apenas as encontraram quando atingiram a maioridade e viram fotos no Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos. Por meio das denúncias e entrevistas prestadas, as vítimas revelam que as lembranças e feridas causadas pela ditadura ainda permanecem: sobretudo, tiveram suas infâncias perdidas. Mas também compreenderam com o passar do tempo, que a luta pela democracia era uma atitude nobre de se ter.

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