Direitos mais que humano: segurança alimentar, corpos e gênero

Autores:

  • Alanis Ramos Corrêa
  • Fabiola Pelissoli Ferri
  • Kathlen Luana de Oliveira
  • Luiza Soethe Avila

Ano: 2020

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
Este trabalho consiste na pesquisa das relações entre soberania alimentar e ecofeminismo, que têm sido um desafio às sociedades. Há hábitos de alimentação e modos de produção e distribuição que partem de uma lógica exploratória, sexista que explora e que transforma tudo em mercadoria. Há uma hierarquia de corpos e espécies, heranças de cosmovisões mercadológicas e religiosas que naturalizam injustiças e desigualdades. Na busca pela soberania alimentar, o lugar das mulheres é diverso e perpassado pelas históricas noções de exploração. Assim, compreender como aspectos culturais moldam o que entendemos por gênero e influenciam a perspectiva do lugar de cada indivíduo na natureza e na sociedade é fundamental. Almeja-se compreender como a exploração da natureza está atrelada aos corpos das mulheres. Busca-se repensar as estruturas culturais e religiosas que cimentam visões especistas e sexistas. Investigando o ecofeminismo, é discutida a relação atribuída às mulheres com a natureza, e as relações de poder impostas culturalmente. Objetiva-se questionar hábitos e conhecer processos produtivos dos alimentos através da aproximação com produtoras agroecológicas da região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Para atingir os objetivos propostos, seguem-se quatro etapas. A primeira é o estudo e o debate do referencial teórico. A segunda consiste no estudo de vídeos sobre agroecologia, promovidos pelo IFRS “Conexões ecológicas do IFRS: agroecologia, segurança alimentar e educação ambiental”. A terceira consiste no mapeamento da presença das mulheres em locais agroecológicos da região litorânea do Rio Grande do Sul. A quarta etapa refere-se à produção de materiais audiovisuais com as descobertas da pesquisa. De forma parcial, é possível perceber a complexidade do conceito de soberania alimentar, não limitando-se apenas à erradicação da fome, mas envolve a produção, distribuição, qualidade, ética da alimentação. Como conclusões preliminares, constata-se a importância do estudo sobre o assunto em escolas de ensino médio, para uma mudança individual e coletiva da sociedade. A pesquisa possibilita desconstruções de visões sexistas e especistas. Há a necessidade de mudanças em um sistema exploratório que conduz a sociedade ao uso e à exploração da natureza, dos corpos humanos e animais.

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