A presença da vanitas na arte: morte e efemeridade nas pinturas de artistas do período barroco

Autores:

  • Letícia Schneider Ferreira
  • Luana Pagel de Mello

Ano: 2020

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Linguística, Letras e Artes

Resumo:
O termo em latim “Vanitas” significa “vaidades”. As artes vanitas são obras que remetem à efemeridade da vida, à morte, à passagem do tempo e à vaidade, simultaneamente, temas vinculados a uma influência religiosa. Este projeto de pesquisa aborda apenas pinturas vanitas surgidas no Barroco (séculos XVI a XVIII), período em que elas se popularizaram, principalmente na Europa. A aparição, seja sob a forma de natureza-morta ou em temas bíblicos, de caveiras humanas, ampulhetas, flores e frutos putrefatos, instrumentos musicais e livros é comum nessas pinturas. A escolha desse tema foi motivada por uma característica inerente ao ser humano: questionar sobre sua existência e a morte. Assim, tais pinturas representam as angústias existenciais humanas, e evocam reflexões acerca da morte e da inutilidade das vaidades perante ela por meio da arte. Os objetivos dessa pesquisa incluem: analisar e interpretar os elementos que caracterizam uma obra vanitas a partir de quatro pinturas, de duas mulheres e de dois homens; contextualizar o surgimento das vanitas; identificar elementos barrocos nas obras analisadas; e considerar questões de gênero que perpassam as pinturas. Foram escolhidas as seguintes obras: São Jerônimo Escrevendo (1604, Caravaggio), Vanitas In Still-Life (1668, Maria Van Oosterwijck), São Francisco em Agonia (1800, Mestre Ataíde) e Boys Blowing Bubbles (1640, Michaelina Wautier). Uma análise comparativa entre elas foi realizada para alcançar os propostos dessa pesquisa, cuja abordagem é qualitativa de natureza básica, objetivo explicativo e comparativo, seu procedimento é bibliográfico e seu método é dedutivo. Os resultados parciais apontam que mulheres e holandeses costumavam representar as vanitas por meio da natureza-morta. Isso porque mulheres tinham dificuldades em obter modelos além do fato de que na Holanda predominava o Protestantismo, o qual abarca correntes religiosas que criticavam o uso de imagens humanas. Já homens católicos desfrutavam do que era considerado o mais alto escalão da arte na época: figura humana com temas bíblicos. Dessa forma, foi concluído que a religião e o sexo do artista alteram o modo que este representa a morte e o efêmero em suas pinturas, e que objetos da natureza-morta considerados vanitas possuem muitas interpretações diferentes em um dado contexto.

Baixar arquivo PDF