A representação de Helena de Troia nas Heroides de Ovídio

Autores:

  • Vitória Tainá Melo
  • Laura Cavalli Ferri
  • Letícia Schneider Ferreira
  • Milena Boaretto Guadagnin

Ano: 2020

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Ensino - Ciências Humanas

Resumo:
Helena de Troia é uma personagem mítica que é apresentada em várias obras da Antiguidade Clássica. Conhecida por sua beleza, a filha de Zeus e da mortal Leda teria sido a motivação de um dos conflitos mais conhecidos e que povoa o imaginário ocidental: a Guerra de Troia. Descrito nos poemas homéricos, Ilíada e Odisseia o conflito, pela sua grandiosidade e pelo envolvimento dos principais herois da mitologia, foi tema de outros textos, como obras teatrais, filosóficas e tratados históricos. A personagem Helena é abordada de diferentes formas por cada autor, de acordo com cada contexto e período: alguns autores atribuem a culpa do conflito à Helena, enquanto outros a julgam inocente, expondo a responsabilidade dos deuses que desejavam a destruição de Troia. Este estudo procurou avaliar de que forma a personagem Helena de Troia é apresentada na obra Heroides de Ovídio, escritor romano do período imperial. Assim, a metodologia utilizada é a análise de fontes históricas sustentada por uma ampla revisão bibliográfica. O poeta Ovídio tinha como um dos temas mais recorrentes o amor e os relacionamentos afetivos, e a obra Heroides, escrita em sua juventude, se caracteriza por abordar esta questão. Esta obra contem 21 cartas nas quais o autor se vale de personagens míticas, especialmente mulheres, as quais narram suas desventuras amorosas. Após a análise deste material, foi possível identificar que 4 cartas fazem referência à Helena: a que tem Páris como autor, a carta vinculada à ninfa Enone, a carta correspondente à Hermíone, filha de Helena e, por fim, a da própria Helena. A pesquisa, ainda em andamento, tem se dedicado a avalia a carta de Helena, a qual é redigida como uma resposta à missiva de Páris e que com ela dialoga. A personagem pondera sobre a perspectiva de ceder às investidas amorosas do príncipe troiano e pode-se perceber que, apesar dos discursos apresentados nos textos da Antiguidade Clássica, que associam a mulher ao impulso e à irracionalidade, a personagem Helena reflete e considera todas as possibilidades que são apresentadas pela situação que vivencia, de modo reflexivo e racional.

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