Preconceito e padrões de beleza: a relação e seus impactos nas meninas adolescentes da Serra Gaúcha

Autores:

  • Janine Trevisan
  • Allana Canacar Biscaia
  • Ana Carolina Peruzo

Ano: 2021

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
A presente pesquisa busca reunir e analisar resultados de duas pesquisas anteriormente realizadas (BISCAIA e TREVISAN, 2021; e PERUZO e TREVISAN, 2021), a primeira sobre preconceito social e a segunda sobre padrões de beleza, a fim de compreender a relação existente entre elas. Nesse novo projeto, analisamos preconceito e padrões de beleza, bem como suas interferências na vida das meninas adolescentes, de 12 a 18 anos, da região serrana de Caxias do Sul e municípios arredores. Enfatizamos a constituição da identidade social das meninas, relacionando a necessidade de pertencimento social com a busca pela alteração de características físicas ou comportamentais. Investigamos como as redes sociais disseminam questões de preconceito e padrões de beleza e analisamos de que forma as mulheres são representadas em papéis sociais importantes. Como abordagem metodológica, além das leituras acadêmicas acerca do tema, aprofundamos as análises das entrevistas já realizadas nas duas pesquisas anteriormente referidas e, posteriormente, realizaremos novas entrevistas qualitativas. Os resultados analisados até o momento sugerem uma relação profunda entre preconceito e padrões de beleza, de modo que uma nutre a outra. O indivíduo inicia a construção da sua identidade social e sua visão do mundo desde a sua infância, sendo perceptível a influência que seus círculos sociais possuem sobre isso, principalmente as crenças e atitudes de seus familiares. Esta visão de mundo inclui o pensamento e as práticas dos indivíduos relacionadas ao preconceito, podendo criar alguns padrões de beleza. Um exemplo é referente à questão racial. O preconceito contra o povo negro, considerando a superioridade branca, gera padrões de beleza notavelmente racistas. Da mesma forma, a existência dos padrões de beleza pode promover alguns preconceitos. Como exemplo, citamos a questão da sociedade capacitista em que vivemos, que exclui as pessoas com deficiência dos padrões de beleza (MELLO, 2016). Assim, nos são apresentadas mulheres altas, brancas, magras e consideradas “normais”. Segundo Vieira (2019), estas mulheres são pertencentes ao padrão de beleza imposto pela sociedade. Futuramente, a partir dessas análises e resultados, proporemos a criação de um meio de divulgação com proposta de intervenção social.

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