POBREZA MENSTRUAL NAS ESCOLAS DE CAXIAS DO SUL - RS

Autores:

  • Mariana Scussel Zanatta
  • Sabrina Colombo
  • Alice Guedes Reguly

Ano: 2021

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
A pobreza menstrual, conforme elaborou Mirian Goldenberg, é a "falta de acesso a itens básicos de higiene durante a menstruação, por falta de informação e/ou falta de dinheiro para comprar absorvente". Entretanto, como apontado no relatório "Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos” publicado em maio de 2021 pelo UNFPA e UNICEF, esse é um fenômeno complexo que envolve questões estruturais como a ausência e precariedade de saneamento básico; e questões sociais, como tabus e preconceitos, implicando em consequências para a saúde física e emocional daqueles que sofrem com essas privações. Estudos recentes mostram e diagnosticam como a pobreza menstrual prejudica o aprendizado e pode levar à evasão escolar. Considerando todos esses aspectos e a escassez de pesquisas quantitativas sobre a precariedade menstrual, esse trabalho objetiva fazer um levantamento sobre a pobreza menstrual em escolas de Caxias do Sul, visando chamar atenção para a problemática e levar informação para conscientizar os participantes. Para tanto, realizamos revisão bibliográfica que também contribuiu para a elaboração do questionário destinado a estudantes do ensino médio de diversas escolas das redes privadas, estaduais e federal. Enviado em formato de formulário eletrônico, o questionário apresentou perguntas relacionadas ao perfil dos respondentes, seus conhecimentos sobre pobreza menstrual e, para as pessoas que menstruam, suas experiências menstruando no ambiente escolar. Ao final de 15 dias da divulgação do formulário, recebemos 299 respostas. Dessas, 251 pessoas afirmam menstruar, representando 83,9% do total de participantes, demonstrando que o maior interesse pelo assunto vem de pessoas que são diretamente afetadas por isso. Outro dado analisado foi referente a quais informações, os jovens que menstruam, acham importante que a escola ofereça. Observamos que 208 estudantes, ou 82,9% do total de pessoas que menstruam, consideram aulas de educação sexual uma necessidade. E que 165 pessoas (65,7% do total) assinalaram rodas de conversas e palestras de conscientização como estratégias necessárias. Desse modo, percebemos que, apesar de existir muito constrangimento sobre a temática, os jovens estão dispostos a debater sobre ela, trazendo uma esperança para que a pobreza menstrual seja diminuída e futuramente resolvida.

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