A Odisseia de Helena: a representação da rainha espartana no texto homérico e na literatura de Margaret Atwood

Autores:

  • Letícia Schneider Ferreira
  • Juliana de Andrade Missio

Ano: 2022

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Linguística, Letras e Artes

Resumo:
A presente pesquisa tem como intenção explorar a representação de Helena de Tróia no texto homérico e na obra “A Odisseia de Penélope” de Margaret Atwood. A rainha espartana é uma personagem complexa, que se destaca tanto por sua beleza quanto por suas ações controversas. O objetivo do estudo é refletir de que forma Helena é construída nas narrativas e quais aspectos do feminino são realçados por meio desta personagem. Assim, buscam-se semelhanças e divergências na construção da semideusa, evidenciando as questões de gênero presentes na Grécia antiga e na atualidade. A pesquisa justifica-se pela importância em analisar como o feminino é apresentado nos discursos ao longo dos séculos. A metodologia consiste na realização de uma pesquisa bibliográfica, por meio da leitura e fichamento das obras, realizando a análise do conteúdo destas narrativas. Na Grécia Antiga, a mulher nobre era submissa e servia como uma moeda diplomática, ficando restrita às atividades religiosas e domésticas. O adultério feminino poderia levar a condenação à morte e por isso, a mulher deveria ser fiel e obediente. Helena, que cometerá adultério e se tornará pivô da Guerra de Troia, seria culpada pelo conflito ou teria sido coagida a partir com Páris? As diferentes narrativas não permitem uma conclusão, mas o fato é que Helena sobrevive, sendo possível avaliar que a personagem é inocentada pelas figuras masculinas, e, pela visão feminina, como a de Penélope na obra de Atwood, a culpa do conflito é atribuída a Helena. Outro aspecto observado na personagem é o fato de possuir o direito à palavra em meio aos homens, pois as mulheres não deveriam expressar-se em público. Portanto, os resultados parciais indicam que Helena contrapõe-se ao ideal de esposa, casta e submissa, mas que continua a ser alvo do desejo masculino. Helena mostra-se tão inteligente e astuciosa quanto os heróis de Homero e a Penélope de Atwood, pois mesmo não detendo o poder encontra vias para o conseguir, assegurando assim, sua sobrevivência em um mundo dominado pela figura masculina.

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