Jogos em tempos de pioneirismo: perfis de programadores nos primeiros anos da revista Micro Sistemas

Autores:

  • Gabriel Dornelles Machado
  • Amábile Thereza Quadros da Rosa
  • Marcelo Vianna
  • ANTONY GABRIEL DA SILVA DOS SANTOS

Ano: 2022

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Resumo:
Os microcomputadores se notabilizaram por trazer a Informática para o ambiente doméstico nos anos 1980. No entanto, além de serem equipamentos voltados apenas a pessoas com alto poder aquisitivo, não detinham uma interface intuitiva, exigindo um processo de aprendizagem a partir da programação em linguagem BASIC para possibilitar seu uso. Para transpor essa barreira, era necessário um meio para aprendizagem, as publicações de microinformática, como a revista Micro Sistemas. Nessas publicações, haviam listagens de programas, em linguagem BASIC e Assembler, nas quais os usuários/leitores poderiam aprender a lógica de programação e criar suas próprias aplicações. Nosso estudo promoveu o levantamento de publicações de códigos publicados na Revista Micro Sistemas entre os anos de 1981 e 1987, selecionando programas relacionados a jogos, já que detinham forte aspecto lúdico, tornando-os atrativos aos usuários-leitores em suas aprendizagens. Buscamos analisar que tipos de jogos e sistemas eram publicados, como uma forma de perceber que tipos eram mais demandados pelo público. Da mesma forma, foi explorado os perfis dos programadores e suas trajetórias, a fim de entender quem eram os criadores desses jogos. Como resultado preliminar, identificou-se 148 indivíduos, os quais apenas um era do gênero feminino; eles podem ser agrupados em três grandes grupos – especialistas, que já eram indivíduos com formação formal em TI e exploravam as potencialidades dos micros; estudantes, composto por um público de jovens universitários ou do ensino médio que tinham seus primeiros contatos com a programação; e os “hobbistas”, que eram indivíduos entusiastas das novidades, já com atuação profissional em outras áreas. É possível identificar um perfil elitizado desses usuários, sendo que os percursos profissionais posteriores parecem reafirmar, ainda que nem sempre vinculado à área de TI. Um desdobramento da pesquisa, ainda em curso, é identificar se esse envolvimento com a programação contribuiu para suas trajetórias acadêmicas e profissionais, sendo aplicado um questionário virtual para compreensão dessa questão.

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