Literatura Oral Africana e as contribuições para uma educação antirracista


Resumo: Esta pesquisa documental foi apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso, neste ano, de 2022, no Curso de Graduação em Pedagogia: Licenciatura, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Nela analisamos a literatura oral africana tanto como prática social, quanto instrumento para a legitimação de políticas afirmativas em defesa dos povos tradicionais, com foco no ensino afro-brasileiro, a partir das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08. A oralidade para os povos tradicionais, para as culturas africanas, é um conceito amplo e complexo, é instrumento para a transmissão de valores e parte de uma cosmovisão de resistência e convivência com o que lhes é sagrado. Esse exercício analítico teve como teórico de referência o pesquisador Butoa Balingene e sua classificação de contos, reunida na apostila “Alguns contos africanos”, publicada no Brasil em 2016 e, como instrumento de estudo, os contos reunidos pela escritora negra Avani Souza Silva, no livro “A África recontada para crianças”. O estudo evidenciou que os contos africanos traduzem costumes e valores ancestrais sendo que há predominância da tipologia dos “animais personificados”, aparecendo em 13 dos 15 contos no livro analisado, em que as atitudes humanas são questionadas com vistas à tomada de posturas éticas pelos possíveis ouvintes (crianças e adultos). Além disso, entendemos que a utilização desses contos africanos, em sala de aula, contribui para a valorização de saberes do povo negro e para a concretização de uma educação antirracista.

Nível de Ensino: Ensino Superior

Área do Conhecimento: Ensino - Linguística, Letras e Artes

Integrantes: